sexta-feira, 10 de outubro de 2014

CONVERSA DE BOTEQUIM: Panóptico.

Na conversa fiada que corria solta, Vessillo Monte rememora fatos ontológicos de gente merecedora de registro na memória de nosso Botequim. Lembramos vários. Um deles lhes conto assim:
Forjado no lesco-lesco do jornal da família, cumpriu longos estágios em todos os setores. Passou da manuteção das rotativas à presidência de um dos mais importante noticiosos do Brasil, condição para qual muito contribuiu. Varava os quatro cantos do mundo a sua fama de excelente negociador.
Todos declaram que ele deixava para o momento do até-logo o grande fecho e real interesse do contrato. Às vezes, seguia com os negociadores até o estacionamento...
Pois esse famoso empresário de comunicação do Ceará, depois de uma longa conversa com investidores, seguiu do estacionamento até um vicinal botequim tipo pé-sujo. Entrou com os figurões e pediu doses de uisque, sem parar de conversar, sempre olhando-os com atenção.
Ao vê-los entrar, Marquinhos, trabalhador gráfico de muitas histórias, evitando ser surpreendido da fuga do expediente para tomar umas cachacinhas, encolhe-se todo atrás de uma coluna, espremendo-se entre ela e o balcão.
Depois de duas rodadas de uisque, o patrão, que ficara de costas para ele, pagou a conta e seguiu com os empresários até o estacionamento. Onde deu dois tapinhas no ombro de cada um. Conta a lenda dos tapinhas que, se eles foram dados, os negociantes cederam aos argumentos do jornalista.
Espreguiçando-se para aliviar as caimbras em razão de tanto tempo encolhido, Marquinhos pede a conta. Ao que o dono do botequim informa já ter sido paga pelo patrão com acréscimo de mais duas.

Um comentário:

  1. CLAUTON MONTEIRO DA ROCHA27 de outubro de 2014 às 14:29

    O homem nasce sem maldade
    Em parte nenhuma do corpo
    O homem é lobo do homem
    Isso explica a viadagem congênita
    E a baitolagem adquirida!

    Sendo assim
    Quem nunca queimou o anel quando menino
    Queimá-lo-a quando crescido!
    E isso explica novamente
    A história da viadagem adquirida!


    Porque homem é homem
    Menino é menino
    Macaco é macaco
    E viado é viado
    Homem é homem
    Menino é menino
    Politico é politico
    E baitola é baitola

    O indivíduo nasce, cresce
    E adentra ao mundo social e politico
    Filosófico e artístico
    Fica danado, letrado, inteligente e sabido

    Conhece tudo, explica tudo
    E discute com bastante elegância
    Os rumos da catilogência
    Fica suave, delicado e aberto
    A novas experiências

    Porque homem é homem
    Menino é menino
    Macaco é macaco
    E viado é viado
    Homem é homem
    Menino é menino
    Politico é politico
    E baitola é baitola

    Nada de novo no front desglobalizado leso
    A saída é a retaguarda
    E isso explica a evolução
    Da perobagem adquirida

    Fica difícil um estudo
    Uma tese, uma análise
    Dadores da ciência
    O homem inteligente dá
    Ou dá porque é inteligente

    Porque homem é homem
    Menino é menino
    Macaco é macaco
    E viado é viado
    Homem é homem
    Menino é menino
    Politico é politico
    E baitola é baitola

    Porque homem é homem

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