sexta-feira, 10 de julho de 2020

UMA BREVE DIGRESSÃO SOBRE A CRÔNICA: DE HOMERO A AIRTON MONTE – POR TÚLIO MONTEIRO

Camaradas leitores do Evoé!

Sugiro a leitura do ensaio de Túlio Monteiro sobre crônica, com destaque para a lavra de Airton Monte. Boa leitura!



UMA BREVE DIGRESSÃO SOBRE A CRÔNICA: DE HOMERO A AIRTON MONTE (In memorian)


“Vive Airton Monte as aventuras de seu imaginário. E as muitas alegrias da vida que sabe celebrar como poucos. É um artistas na melhor acepção do termo. E um boêmio que sabe o sentido das travessias humanas e bem assim, os seus emblemáticos ritos de iniciação e de passagem” (Dimas Macedo).

Definitivamente foi Homero o grande causador – e que bom que tenha sido ele – do surgimento da crônica. Os arrebatadores 15.693 versos divididos em 24 cantos de sua imortal Ilíada são o exemplo primeiro, porque não definir aqui, da crônica-reportagem de guerra, que tem n’Os Sertões, de Euclides da Cunha, seu mais relevante representante em língua portuguesa. Sei que alguns críticos literários afirmam ser o livro Os Sertões o marco inaugural do romance-reportagem no Brasil, no entanto, sob minha ótica, prefiro enxergar a obra maior de Euclides como uma crônica de guerra extremamente rica e realista, que também pode ser apreciada sob o prisma da crônica histórica. Entretanto, o que de fato importa – seja na heroica luta de Aquiles para resgatar Helena das mãos raptoras de Páris, ou no bravo combate de Antônio Conselheiro contra os republicanos brasileiros – é que a Literatura de fina casta foi a grande beneficiada, uma vez que o gênero crônica varou a inexorabilidade do tempo para, atualmente, apresentar-se na forma de narrativas leves, intimistas e repletas de lirismo.
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