domingo, 2 de dezembro de 2018


COROA DE NATAL, ADVENTO, PRESENÇA QUE É PRESENTE.

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Dos enfeites natalinos que mais tenho afeto, a coroa de natal tem significado especial, que para mim, é mais que tradição. Ela fica na sala de estar, na mesa de centro em destaque, todos a veem quando entram e quando me perguntam o que é, pois alguns a confundem com guirlanda, falo do seu significado e de que espero uma visita especial, que chegará em quatro semanas, representadas por cada vela. A chegada do Menino Jesus.
O ciclo da coroa de natal te mostra o eterno amor de Deus e que deve ser concretizado nas relações que temos. Utopia? Talvez seja! Não desisto fácil de ninguém, busco relações sólidas mesmo no ambiente de trabalho, mas constato que tempos difíceis são esses para manter amizades e amores, sem falar dos vínculos familiares pós eleição e não cito isso por acaso.
Enquanto retiro a coroa de natal guardada na caixa, tiro uma réstia de pó e a ponho na mesa, lembro deste ano que ainda não acabou, e que pôs à prova casamento, relações com enteados, amizades desfeitas, situações delicadas no trabalho, saúde. Quem de nós viveu o paraíso? Quem de nós viveu martírio? Quem enxugou lágrimas enquanto dirigia, no silêncio do quarto, na frente do computador ou no banheiro?  Não é fácil!
A vela acendida a cada domingo, aponta um caminho, um sentido religioso e cristão. A Luz que não se apaga não está na chama e nem vai aquecer ou te dar ânimo, se sua fé não existir. Enquanto as encaixo na coroa, lembro do compromisso de vida que fiz comigo, ser feliz! Nunca fico melancólica com a proximidade do Natal, ao contrário, talvez pela minha formação católica, vivo esse período com introspecção, porém festiva, literalmente gosto de colorir a casa e preparar listas de presentes e comilanças. Rabanadas a la Berenice não faltam! Ah, minha eterna avó!
Dou me conta que embora conviva diariamente com vários nem sempre fui presente. Essa tal internet que ora aproxima, sem dúvida, também cria muros. Levanta a mão quem não foi bloqueado ou quem, por ímpeto, não descartou alguém da sua vida. Perdemos pessoas, memórias e futuras histórias porque somos mal resolvidos e não sabemos lidar com problemas.
Já que moro longe dos meus, vê-los por chamada de vídeo é se fazer presença, mas sei deles realmente? Suas necessidades e anseios? Divido sonhos? Ainda sou da geração da carta e telefones fixo, à ficha e cartões telefônicos colecionáveis. E nessa época do ano, comprar cartão de boas festas para escrever algo era do mais alto apreço. Sem falar na frase por fora do envelope ao carteiro “vai com Deus”, “leva com carinho”, marcas de beijinhos e envelopes perfumados. O que trabalha no bairro é nosso amigo, Seu Reinaldo, testemunha de um amor à distância em tempos de telegramas, cartas e Embratel. O recebo em casa e mais que panetone e suco, a gente divide a memória e emoções. Falo especialmente com aqueles que viveram isso, dá saudade, né?! Veio a vontade de comprar cartões ou fazê-los, se fazer presente para tanta gente querida de forma gentil e delicada. Burlar a preguiça e a praticidade dos aplicativos de mensagens.
Há muito o que fazer nesse tempo de espera pelo Menino. Há reconciliações com a vida. Há diálogos e batalhas que precisamos realizar. Há ressignificações sobre quem somos e nossas relações... respiro fundo! Encontro porta retratos de natais antigos, os risos ecoam e enchem meus ouvidos. Meu coração também se aperta com a imagem daqueles que já não estão ao mesmo tempo que é afagado pelos que chegaram. 
Olho para o lado... há uma caixa de enfeites e uma árvore para organizar, quem sabe ao pendurar cada enfeite a gente arrume a vida. Quem sabe aprendamos no decorrer do advento e com a chegada D’Ele, que a presença é o melhor presente.

Diana Barbosa Gomes Braga, poeta, esposa e amiga fiel.


2 comentários:

  1. Grata mais uma vez Kelsen e Tulio. Que o Advento permita nos apresentar o Menino e que sejamos para os nossos, o presente. Diana

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