Não sei vocês, mas recordas dos teus sonhos sobre casa, aqueles traçados com lápis de cor ou giz de cera, coloridas com canetinhas?
Ainda tento manter a casa com a cara de lar, ponho flores na janela para recordar a menina da infância que queria mais que um endereço para morar.
As flores suavizam a vida de quem olha a janela, seja por dentro ou por fora. E elas tem identidade, os mini cactos ensinam a resiliência e a florescer mesmo na aridez que a vida possa atravessar. Kalanchoe é ótima para presentear alguém que desejas prosperidade; mini rosas sempre lembram um afago n’alma e pedem beijos a beija-flores. E no Advento que se anuncia, a poinsenttia, traz a esperança de quem está para chegar em forma de Menino para que não percamos a esperança; voltar a ter fé em Deus e na humanidade.
Onde está sua caixa de correio e chegam contas, lá é seu endereço, mas lar é mais que isso. E o conforto da sua casa e a segurança não estão nos móveis e na TV 4k, nem no ar condicionado, nem na internet veloz e nem no banho quente. Esses luxos pagos pelo trabalho não garantem uma vida feliz, adianta cama vazia e sem calor de amor? Ninguém casa para estar só nas batalhas e nas alegrias do dia a dia. Ninguém precisa viver um comercial de margarina, mas se vive, oxalá! Embates e dificuldades sempre existirão, pois relações humanas pedem perseverança, confiança, significado e sentido; Do contrário, a gente passa a suportar e não conviver, deixa de dividir não apenas a TV na sala, mas o riso no meio do almoço de domingo.
Quando você fecha os olhos que pensamento vêm sobre sua casa? Olha ao redor e veja se sua casa é a morada que gostas de estar e pretende voltar diariamente? Se não consegues lembrar com um sorriso e há tristeza no olhar, é sinal que deixou de ser refúgio, conforto. E não falo só de materialismo. A gente habita ou mora junto, deixou de estar conectado com toda a parafernália tecnológica que usamos. Quem nunca passou Whats up avisando que o almoço está pronto ao invés de ir junto de alguém? E a rotina tem seu quê de charme, aquela rede ou poltrona preferida, aquele jeito de casa na ausência e a presença daquele que contigo constrói.
Lar é compromisso construído para que não desmorone. Parece ser simples, mas não é porque temos a mania de olhar a grama do vizinho, a vida nas redes sociais parece ser mais bonita e animada, enquanto isso a gente nem compra plantas, não cuida do cãozinho, não arruma a almofada e nem escuta a música que gosta. Dê atenção a você, aquilo que importa e precisa. Faça algo que comungue contigo.
Há muito de nós que desejamos o lar...
Há muito de nós que vimos a casa virá residência...
Mas todos desejamos o porto seguro.
Na janela a gente só não pode deixar a vida passar.
Nana BGB – de girassóis, violetas e cactos.
________________________________
*DIANA BARBOSA GOMES BRAGA, mulher, esposa, amiga e acima de tudo poeta.
Salve!Salve! Nossa poeta debutante. Que seja bem-vinda Diana Barbosa. E que esse não seja seu único texto aqui publicado. Túlio Monteiro.
ResponderExcluir