quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Justificativa de atraso - por Vessillo Monte

Nas Edições Demócrito Rocha, Vessillo Monte e Sérgio Sampaio,
que publica as crônicas do poeta no seu Facebook (do Sérgio). 
Hoje, dia 6 de abril do ano da Casa do Senhor de 2006, tive, por circunstâncias alheias à minha vontade, de registrar meu ponto eletrônico, no período matinal, com 30 minutos de atraso; fi-lo, pois, às 7h30min, quando deveria tê-lo feito às 7 horas. Resumo-lhe, no entanto, o que a mim se deu:

Pontualmente às seis horas desta manhã, deixei meu tugúrio, sito no bairro Pio XII, a 23 quarteirões e meio de nossa instituição. Pois bem, por volta do 18º quarteirão, ao adentrar a rua Lauro Maia, eis que se abrem as comportas do céu e me cai sobre a desprovida cabeça um dilúvio que encabularia o próprio Noé, caso Noé fosse um homem de fé bem pouca. Olho para um lado, nenhuma platibanda de edifício onde me abrigar, olho pro outro e nenhum vão de porta onde me espremer; os guarda-chuvas que por mim passam já vêm lotados. Finalmente, pulando sobre poças de água como se carregasse carvão em brasa nos sapatos, alcancei uma árvore amiga que me ofereceu o abrigo de sua copa frondosa onde, aliviado, esperei que o temporal amainasse, para retomar o caminho.

Daí, secretária, o meu forçado atraso. Dado que não cabe à senhorita responsabilidade nenhuma pelo incidente aquático que me ilhou, estenderei, hoje, meu horário vespertino por meia hora a mais, acreditando, assim, cumprir com o meu horário diário integralmente.

Certo de sua humana compreensão, antecipo-lhe agradecimentos e sempre renovada estima.

Vessillo Monte

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