As palavras em rima de mim cansaram.
Nada que combine em rica sílaba me convém
Nem em tela luminosa ou papel pardo
Nenhum pobre acorde de palavras se atém
Em folha branca a asa não mais brinca
Só a carga de narrar versos em branco
Enquanto salta o ritmo que desalinha
O cantar de mais um mote em pranto
Sofro há horas o madrugar sem maestria
Do que agora pede inspiração
Esquecendo a musa que em teimosia
Azucrinava e rogava devoção
Vão-se os dedos com reumática crise
Minando à míngua esta dor fugidia
Tragando-me em humilhante artrite
O que antes transbordava poesia
Posto enfim o que não é mais chama
Márcia Matos |
E sob o orvalho da flor humana
Descanso a mão sem a alma lavada!
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Márcia Matos, poeta e cronista, publica ocasionalmente no Evoé! Natural de Palmácia, Ceará, é professora na Secretaria de Educação do Estado e Município do Ceará. Graduada em Letras (UFC) e Pós-graduada em Planejamento Educacional e Administração Escolar.
Beleza Márcia. Grato por me enviar.
ResponderExcluirMárcia, Para variar, sempre nos saindo com pérolas - seja na poesia ou crônica - a brandir sua pena em prol do alimento de desesperados literatos. Mais uma vez, obrigado minha amiga. Eu e Vinícius agradecemos em nome de de todos(as), posto que a palavra se inflama quando nos clama. Túlio Monteiro.
ResponderExcluirQuanta honra! bjim
ExcluirAi ai as dores do mundo!Grata , raro kelsen pelo espaço e paciência para divulgação de momentos bissextos d inspiração. Vejam s dar p gasto, amigos? rs bjs Márcia Matos
ResponderExcluirParabéns tia!
ResponderExcluirDizer o quê? Se o poema diz o que cala! E sua concepção é conveniente a sua linguagem. Abração!
ResponderExcluirSurpreendido com a encantadora beleza da poesia de Márcia Matos.
ResponderExcluirParahyba de Medeiros