segunda-feira, 3 de setembro de 2007

Ceará fora do ranking da violência?!

Para definir quais seriam os estados beneficiados pelo Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci), o Ministério da Justiça se baseou no levantamento dos indicadores de violência contra a pessoa, feito em 2005, que considera as seguintes categorias de crimes:

1. Crimes letais não violentos contra pessoa, ou seja, atentado violento ao pudor, estupro, tentativa de homicídio e tortura. Categoria em que o Ceará ficou em 27º lugar.
2. Crimes violentos letais intencionais, ou seja, homicídio doloso, lesão corporal seguida de morte e latrocínio. Em que o Ceará aparece na 15ª posição.

Primeiro, devemos refletir: por que não se baseou nos atuais indicadores de violência? Por que não considerar a corrupção uma violência, se ela é a geradora de toda espécie de crimes?

Assaltos cinematográficos a bancos, rota do tráfico internacional de drogas, paraíso da prostituição e da exploração sexual infantil, sonegação fiscal, tudo isso fruto do crime organizado gerador e mantenedor da corrupção em vários estratos sociais, e em instâncias da gestão e da iniciativa privada. Como o Ceará pode ter ficado de fora do Pronasci? Como pode o Ceará ficar de fora da lista dos mais violentos do país? Será que teremos de chegar aos índices de criminalidade sudestinos? Que parâmetro é esse?

O ideal seria instituir o índice zero como parâmetro ideal de violência, com uma tolerância de um número bem baixo, acima do qual seria considerado o que de fato é: calamidade pública.

4 comentários:

  1. Kelsen, é lamentável que tenhamos chegado e esse estágio de violência, onde tirar a vida de um ser humano é banal. Enquanto não se investir em ensino de qualidade e em tempo integral, nossas crianças ficarão ociosas nas ruas à mercê dos marginais que um dia perderam a oportunidade de serem cidadãos.
    Claudair Rocha

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  2. Caro Claudair,

    tem-se que investir sim; mas não só em ensino integral. Quando uma resposta vira lugar comum tanto no discurso da esquerda quanto no da direita, desconfiemos. Todo investimento na educação é muito bem-vindo; mas ela por si só não combate violência coisa nenhuma. Escola nunca foi e jamais será panacéia social e professor não é milagreiro (apesar de ser brasileiro). Joga-se tudo para educação, sobra no fim das contas sabe para quem? Sim para o professor. Daí os (maus)políticos, empresários da indústria, comércio e agropecuária, banqueiros, toda essa laia enfim se exime da responsabilidade do mal que causaram. Precisamos ampliar horizontes, educação é só uma parcela. É isso, meu caro.

    Kelsen Bravos

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  3. Caro Kelsen , é óbvio que o estrago já esta feito, onde o país já perdeu algumas gerações por total desinteresse dos homens públicos por políticas voltadas para uma melhor distribuição de renda e que verbas destinadas à saúde e educação sejam efetivamente aplicadas, sem os desvios que sempre ocorreram.
    O Estado tem que ser mais efetivo nestas ações, sendo o timoneiro do barco, não ficando a reboque dos interesses de uma elite pervessa.
    Claudair Rocha

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  4. Caro primo Claudair,

    Você está coberto de razão. Cabe a nós todos essa tarefa de fiscalizar, cobrar e denunciar desmandos, descaminhos e todo aparato de cobertura à corrupção.

    A saúde e educação e trabalho, esse tripé somado ao papel do cidadão pode sim dar sustentação à erradicação de boa parte das mazelas sociais do Ceará e do Brasil.

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