Kelsen Bravos
Por um poema
que transmude o doer
do poema calo
que não soa
sua
dor
no talo do canavial.
Por um poema
que transmude o doer
do poema fábrica
que ávida
apita
grita
justas queixas.
Por um poema
que transmude o doer
do poema estiva
que só
carrega
descarrega
sal.
Por um poema
que transmude este doer
do poema sozinho
que subverteu
a ordem
o descaminho.
Um poema-amor, enfim,
Que reponha até no poema-fome
O fazer-prazer do trabalho
Expressão do poema-homem.
Sim! Um poema-chão-semente
que rebente
dos calos da dor
do perdido ser
feito poema-rio
alegrando o mar.
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