quarta-feira, 6 de junho de 2012

Jornalismo investigativo é isso!


Você cita o esclarecimento a partir de documentos das acusações de assassinato feitas contra Getúlio como duas das novidades que sua biografia acrescenta a já vasta bibliografia sobre o político. Que outros fatos inéditos podem ser creditados ao seu trabalho?
Ter esclarecido casos como o do assassinato do índio Tibúrcio Fongue — crime atribuído a Getúlio Vargas — sem dúvida constitui um trunfo. O filho de Getúlio, Lutero, sustentava a tese de homonímia. Mas, como jornalista, eu não poderia me satisfazer apenas com a versão familiar. Precisava de provas efetivas. Consegui localizar não só o processo como a certidão de nascimento do Getúlio homônimo. No caso de Ouro Preto, que envolveu a morte de um estudante, o filho do juiz que cuidou do caso, Augusto de Lima Jr., chegou a publicar excertos do processo, de modo seletivo, há mais de sessenta anos. Mas o conjunto dos autos nunca havia sido manuseado e tornado público antes por fonte isenta. Por fim, no caso do discurso de formatura de Getúlio, por exemplo, os poucos trechos de que se tinha notícia omitiam uma parte fundamental do documento original: o ataque violento à fé cristã. Por causa disso, no arquivo da Fundação Getúlio Vargas, existe uma carta assinada pela filha, Alzira Vargas, dizendo que o discurso jamais poderia ser revelado. Mas só esses três casos seriam insuficientes para sustentar e dar coluna vertebral a uma trilogia que terá mais de 1.800 páginas. O grande desafio foi articular a multiplicidade de fontes para realizar a tarefa de reconstituição histórica. (Leia mais...)

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